Banco Central endurece regras para precatórios e retroage norma para evitar manobras de bancos

O Banco Central mudou as regras contábeis para precatórios e pré-precatórios, elevando o Fator de Ponderação de Risco (FPR) e exigindo mais capital dos bancos. A norma, com efeito retroativo, visa evitar manobras financeiras e proteger o sistema financeiro.

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O Banco Central (BC) mudou as regras contábeis para os precatórios e pré-precatórios nos balanços dos bancos, tornando o registro desses ativos mais rigoroso. O objetivo é evitar riscos excessivos no sistema financeiro.

O que mudou?

Antes, os bancos podiam comprar precatórios sem que isso impactasse a exigência de capital — o Fator de Ponderação de Risco (FPR) era zero

Agora, esses ativos passaram a ter peso elevado na contabilidade, exigindo mais capital dos bancos, de acordo com o risco.

Veja os novos FPRs:

  • Precatórios: FPR de 100% a 600%, dependendo do volume e do devedor (União, estado ou município).

  • Pré-precatórios: FPR de 200% a 1.250%.

Além disso, os bancos devem registrar separadamente esses ativos em seus balanços, para dar transparência à exposição de risco.

Por que a norma retroagiu?

O BC retroagiu a data de corte para 30 de junho de 2023, embora a norma tenha entrado em vigor só em janeiro de 2024. 

A razão foi evitar uma corrida de bancos para comprar precatórios entre a publicação da norma e a data de início, o que aumentaria o risco sistêmico.

Essa retroatividade é rara em normas assim, mas foi considerada necessária para proteger o sistema financeiro.

Caso Banco Master

O Banco Master, que tem R$ 16 bilhões em precatórios, é um dos mais impactados. Ele estava negociando a venda de parte do banco para o BRB (Banco de Brasília)

Mas ficou de fora da negociação a parte considerada “bad bank” — ou seja, a fatia com os ativos de alto risco e baixa liquidez, como os precatórios.

Essa parte está sendo analisada pelo BC, e pode passar por uma liquidação privada.

Contexto político e pressão

A decisão de retroagir a norma causou pressão sobre o BC e sua diretoria, incluindo o atual presidente Gabriel Galípolo e o ex-presidente Roberto Campos Neto.

Grandes bancos criticam a atuação tardia do BC, dizem que ele deveria ter agido antes no caso do Master, e querem que o episódio sirva de exemplo (“efeito pedagógico”) para evitar práticas semelhantes em outras instituições.

Também pedem regras mais duras para o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que protege investimentos de até R$ 250 mil e foi usado como atrativo por bancos menores para vender CDBs com risco elevado.

Fonte: Folha de São Paulo

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